Capítulo II
Depois de dois dias sem ter notícias do filho, Andressa começou a se preocupar. Ligara diversas vezes para a casa dele, mas não recebera retorno. Contatou até a borracharia onde ele trabalhava, mas também não sabiam o que acontecera com ele. Faltara na segunda-feira, e ninguém tinha se dado ao trabalho de falar com o jovem.
Cada vez mais preocupada, a mãe resolveu viajar os poucos quilômetros de estrada entre Caxambá e Monte Verde para visitar o rapaz. Ligou o Vectra vermelho e seguiu viagem. Chegando perto da casa, avistou autoridades e alguns vizinhos.
O ar lhe faltou.
Sentiu o coração parar de bater.
Com as pernas trêmulas, parou o carro, desceu e foi até um brigadiano baixo, cabelo escuro e olhos verdes. Segurou seu braço.
- O que aconteceu? O que aconteceu com meu filho? - perguntou, boquiaberta.
O policial a fitou por um instante. Fixou-se em seus olhos negros quase cobertos pela franja castanha desorganizada.
- Você conhece o dono da casa?
- O que tem ele? O que tem ele?
- Você o conhece?
- Como a palma da minha mão. É meu filho.
- Pode provar? - a desafiou.
- O que diabos aconteceu com ele? - ela cerrou o punho e levantou o braço para socar o homem.
- Ele... eu sinto muito, senhora. Você acaba de ficar órfã. - abaixou a cabeça, com um ar de tristeza.
- Como assim?
- Seu filho morreu.
- Seu imbecil! - ela xingou, aos prantos. - Eu ficaria órfã se MEUS PAIS tivessem morrido!
- Aaaaahn... eu sempre confundo...
- Quem é o assassino? - Andressa agarrou os braços do policial, desesperada. Era incrível como olheiras cresciam tanto e tão rápido em questão de segundos [?]. Sem dúvida, ela era a mãe da vítima.
- Eu não sei, minha senhora. Ninguém sabe, na verdade. Faz pouco tempo que uma vizinha gorda, no auge dos sessenta anos nos chamou, e agora estão contatando a perícia e um detetive que assuma o caso...
- E o que aconteceu exatamente?
- Pelo que eu vi, o corpo foi esquartejado. Não notei evidências e o cadáver está fresco. Não sei como aquela senhora sentiu o cheiro...
- Ele não costumava tomar banho freqüentemente. - ela fez uma pausa. - Mas prossiga, por favor.
- Vão interrogá-la. Você irá com a equipe médica [?] e o delegado até a delegacia (lol), e um gordo, semi-calvo, bem baixinho, vai começar a perguntar sobre...
- Você vai me interrogar? - o olhou com ar de desaprovação.
- Não, não, mas é um cara parecido comigo. Eu sou apenas policial.
A conversa morreu aí. O detetive Mario chegou e já saltou do carro, pedindo que a mídia se retirasse. Foi analisar a cena do crime, enquanto a brigada afastava a vizinhança, fazendo as pessoas se recolherem para suas respectivas casas. Apenas a senhora que anteriormente chamara a polícia ficou ali, aturdida. Parecia bem incomodada com a situação.
Depois de uns trinta minutos, a perícia já estudava o corpo em laboratório e o detetive interrogava Andressa e a velha Marta fofoqueira.
Cada vez mais preocupada, a mãe resolveu viajar os poucos quilômetros de estrada entre Caxambá e Monte Verde para visitar o rapaz. Ligou o Vectra vermelho e seguiu viagem. Chegando perto da casa, avistou autoridades e alguns vizinhos.
O ar lhe faltou.
Sentiu o coração parar de bater.
Com as pernas trêmulas, parou o carro, desceu e foi até um brigadiano baixo, cabelo escuro e olhos verdes. Segurou seu braço.
- O que aconteceu? O que aconteceu com meu filho? - perguntou, boquiaberta.
O policial a fitou por um instante. Fixou-se em seus olhos negros quase cobertos pela franja castanha desorganizada.
- Você conhece o dono da casa?
- O que tem ele? O que tem ele?
- Você o conhece?
- Como a palma da minha mão. É meu filho.
- Pode provar? - a desafiou.
- O que diabos aconteceu com ele? - ela cerrou o punho e levantou o braço para socar o homem.
- Ele... eu sinto muito, senhora. Você acaba de ficar órfã. - abaixou a cabeça, com um ar de tristeza.
- Como assim?
- Seu filho morreu.
- Seu imbecil! - ela xingou, aos prantos. - Eu ficaria órfã se MEUS PAIS tivessem morrido!
- Aaaaahn... eu sempre confundo...
- Quem é o assassino? - Andressa agarrou os braços do policial, desesperada. Era incrível como olheiras cresciam tanto e tão rápido em questão de segundos [?]. Sem dúvida, ela era a mãe da vítima.
- Eu não sei, minha senhora. Ninguém sabe, na verdade. Faz pouco tempo que uma vizinha gorda, no auge dos sessenta anos nos chamou, e agora estão contatando a perícia e um detetive que assuma o caso...
- E o que aconteceu exatamente?
- Pelo que eu vi, o corpo foi esquartejado. Não notei evidências e o cadáver está fresco. Não sei como aquela senhora sentiu o cheiro...
- Ele não costumava tomar banho freqüentemente. - ela fez uma pausa. - Mas prossiga, por favor.
- Vão interrogá-la. Você irá com a equipe médica [?] e o delegado até a delegacia (lol), e um gordo, semi-calvo, bem baixinho, vai começar a perguntar sobre...
- Você vai me interrogar? - o olhou com ar de desaprovação.
- Não, não, mas é um cara parecido comigo. Eu sou apenas policial.
A conversa morreu aí. O detetive Mario chegou e já saltou do carro, pedindo que a mídia se retirasse. Foi analisar a cena do crime, enquanto a brigada afastava a vizinhança, fazendo as pessoas se recolherem para suas respectivas casas. Apenas a senhora que anteriormente chamara a polícia ficou ali, aturdida. Parecia bem incomodada com a situação.
Depois de uns trinta minutos, a perícia já estudava o corpo em laboratório e o detetive interrogava Andressa e a velha Marta fofoqueira.
***
- Ele tinha inimigos?
Pensou por uns instantes, com o olhar vazio. A notícia a tinha demolido, sem dúvidas.
- Não que eu saiba. Nos tempos de escola tinha algumas inimizades, mas, com o passar dos anos, tornou-se um jovem muito social e simpático. - sorriu, embora tivesse uma expressão um tanto triste.
- Morava sozinho?
- Sim.
- E tinha que tipo de amizade?
- Bem, - fez uma pequena pausa, pensando um pouco antes de responder. - sempre foi de juntar umas cadeiras-de-praia e sentar na varanda, com chimarrão e ficar conversando com vizinhos. Também saía com o pessoal da borracharia com freqüência. Devia ter alguns conhecidos por aí, mas nenhum envolvimento sério.
- Quando a senhora o viu pela última vez?
- Há dois dias. Tinha ido fazer-lhe uma visita surpresa. Até levei um par de calçados como presente...
- Não estranhou sua ausência nos dias seguintes?
- Mas é claro que sim. Por isso fui até lá hoje.
- Quem se beneficiaria com sua morte? A senhora suspeita de quem poderia tê-lo matado?
Forçou os lábios, fitando o detetive com um ar de pena.
- Não faço a mínima idéia. E creio que toda a vizinhança seja de confiança... ele não era bobo de se meter com gente perigosa...
- Tudo bem. A senhora já pode ir.
- Já acabou?
- Não há muito o que se extrair, já que a senhora mora longe. Obrigado pela informações, de qualquer forma. Se quiser ver o corpo, fale com o delegado.
- Não, não, tenho o coração muito sensível. Já chega de falar disso por hoje. Vou chegar em casa e contar ao meu marido, e depois nunca mais quero saber. É uma dor terrível... o senhor nem imagina.
Despediram-se formalmente, e ela saiu pela porta, cabisbaixa, abalada, mostrando a fraqueza que escondera durante a entrevista.
Logo depois, o detetive chamou Marta, que respondeu às perguntas um pouco zonza ainda, mas dera informações que seriam levadas em conta mais tarde. Não demorou a ser liberada a voltar pra casa.
Agora só restava descobrir o passado do rapaz e apontar o assassino. Nada difícil para o renomado detetive Mario. Voltou ao local do crime, aproveitando para investigar melhor enquanto a perícia vasculhava o defunto.
Pensou por uns instantes, com o olhar vazio. A notícia a tinha demolido, sem dúvidas.
- Não que eu saiba. Nos tempos de escola tinha algumas inimizades, mas, com o passar dos anos, tornou-se um jovem muito social e simpático. - sorriu, embora tivesse uma expressão um tanto triste.
- Morava sozinho?
- Sim.
- E tinha que tipo de amizade?
- Bem, - fez uma pequena pausa, pensando um pouco antes de responder. - sempre foi de juntar umas cadeiras-de-praia e sentar na varanda, com chimarrão e ficar conversando com vizinhos. Também saía com o pessoal da borracharia com freqüência. Devia ter alguns conhecidos por aí, mas nenhum envolvimento sério.
- Quando a senhora o viu pela última vez?
- Há dois dias. Tinha ido fazer-lhe uma visita surpresa. Até levei um par de calçados como presente...
- Não estranhou sua ausência nos dias seguintes?
- Mas é claro que sim. Por isso fui até lá hoje.
- Quem se beneficiaria com sua morte? A senhora suspeita de quem poderia tê-lo matado?
Forçou os lábios, fitando o detetive com um ar de pena.
- Não faço a mínima idéia. E creio que toda a vizinhança seja de confiança... ele não era bobo de se meter com gente perigosa...
- Tudo bem. A senhora já pode ir.
- Já acabou?
- Não há muito o que se extrair, já que a senhora mora longe. Obrigado pela informações, de qualquer forma. Se quiser ver o corpo, fale com o delegado.
- Não, não, tenho o coração muito sensível. Já chega de falar disso por hoje. Vou chegar em casa e contar ao meu marido, e depois nunca mais quero saber. É uma dor terrível... o senhor nem imagina.
Despediram-se formalmente, e ela saiu pela porta, cabisbaixa, abalada, mostrando a fraqueza que escondera durante a entrevista.
Logo depois, o detetive chamou Marta, que respondeu às perguntas um pouco zonza ainda, mas dera informações que seriam levadas em conta mais tarde. Não demorou a ser liberada a voltar pra casa.
Agora só restava descobrir o passado do rapaz e apontar o assassino. Nada difícil para o renomado detetive Mario. Voltou ao local do crime, aproveitando para investigar melhor enquanto a perícia vasculhava o defunto.
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